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obesidade: comorbidade ou doenca?

Obesidade: Comorbidade ou Doença?

A Obesidade como Doença

obesidade é uma doença. E por quê? Porque ela é a “doença mãe”, ou seja, dela surgem várias comorbidades – problemas de saúde que aparecem em decorrência dela, como diabetes tipo 2resistência periférica à insulina e dislipidemia.

Isso não é só uma opinião, é algo que a literatura científica já discute há bastante tempo. A obesidade não é só um fator estético ou um simples acúmulo de gordura no corpo. Ela afeta diretamente a saúde mental, emocional e física da pessoa, tornando-se um problema crônico e muito difícil de reverter.

O Impacto Psicológico da Obesidade: “Eu amo comida mais do que tudo!”

Vou contar um caso real. Meu advogado participou de um projeto comigo e sempre foi muito sincero sobre seu relacionamento com a comida. Ele me disse uma coisa muito forte:

“Renato, se você me colocar em um quarto com a mulher mais linda do mundo e, no outro, colocar todos os alimentos que eu amo, sem dúvida nenhuma eu escolho a comida!”

Isso mostra o peso emocional e psicológico da obesidade. Ele reconhecia que sua felicidade estava diretamente ligada à comida.

A rotina dele era assim: se o nutricionista liberava pizza no sábado, já na segunda-feira ele acordava feliz, ansioso por aquele momento. Quando chegava na sexta, ele mal conseguia dormir de ansiedade.

E ele não estava sozinho nisso! Todos os amigos dele também tinham a comida como principal fonte de prazer. Trabalharam o dia todo? Bora sair para comer! O prazer deles era comer, comer e comer.

Isso não é só uma questão de vontade. Muitos obesos não conseguem sair desse ciclo, porque a comida se tornou um alívio emocional, uma espécie de “droga” que traz conforto.

Vício em Açúcar ou Vício em Comida? A Verdade!

Muita gente foca no açúcar como o grande vilão, principalmente os defensores radicais da dieta low carb. Mas a verdade é que não é só o açúcar que vicia, e sim a comida como um todo!

O nosso cérebro responde à comida de forma parecida com drogas. Sabe aquele prazer absurdo que você sente ao comer um doce ou um hambúrguer bem suculento? Isso acontece porque alimentos hiperpalatáveis (ricos em gorduraaçúcar e sal) ativam áreas do cérebro relacionadas à recompensa e prazer.

Estudos já mostraram que a mistura de carboidratos e gordura é o que realmente causa essa sensação viciante. Você já viu, na natureza, algum alimento que seja rico em gordura e carboidrato ao mesmo tempo? Não existe!

Frutas? Ricas em carboidrato, mas sem gordura.

Carne e peixe? Ricos em gordura, mas sem carboidrato.

Agora, quando você pega um salgadinho, um biscoito recheado, um hambúrguer ou um chocolate, o que acontece? Você tem gordura + carboidrato juntos, algo que nosso corpo não está evolutivamente preparado para lidar!

Isso explica porque esses alimentos são tão viciantes e difíceis de resistir. O problema não é só o açúcar, mas a combinação explosiva de gordura e carboidrato!

Indústria Alimentícia e a Armadilha da Palatabilidade

As grandes empresas de alimentos sabem disso melhor do que ninguém! Quando uma marca quer criar um chocolate mais irresistível que o concorrente, o que ela faz?

Adiciona mais gordura, para dar aquela sensação de derretimento na boca.

Ajusta o nível de açúcar e sal, para ativar o máximo de prazer.

Usa aditivos para realçar o sabor e deixar tudo mais viciante.

Isso tudo é proposital. Eles querem que você não consiga comer só um!

Aquele biscoito recheado que parece inofensivo foi desenvolvido para ativar seu sistema de recompensa. Quando você come um, seu cérebro registra: “Isso é muito bom! Quero mais!”.

Esse é o grande desafio para quem quer perder peso. Não é só questão de força de vontade, mas sim de entender como seu corpo e sua mente reagem à comida.

O Impacto Psicológico da Restrição: “Falta algo na minha dieta!”

Muita gente que começa a fazer dieta sente que está faltando algo. O corpo se acostumou tanto com os alimentos hiperpalatáveis que, quando você passa a comer mais natural, a comida parece “sem graça”.

Isso acontece porque seu cérebro ainda está “viciado” em comida ultra saborosa. Aos poucos, é possível mudar esse padrão, mas exige tempo e paciência.

Um exemplo clássico? A vontade de doce depois da refeição! Isso acontece porque o cérebro já criou esse padrão: refeição → sobremesa.

E sobre a famosa vontade de doce na TPM? Será que é biológico?

Na verdade, não há embasamento científico para isso! A TPM causa alterações hormonais e emocionais, mas o desejo por doce é muito mais cultural do que fisiológico.

Cada mulher reage de um jeito! Algumas querem chocolate, outras querem arroz e feijão com farofa. O que acontece é que a comida se tornou uma válvula de escape emocional.

Como sair desse ciclo?

Se você sente que sua vida gira em torno da comida, não se culpe. Isso não significa que você é fraco, mas sim que seu cérebro foi treinado para funcionar dessa forma.

A chave para mudar isso é:

✅ Tomar consciência do problema.

✅ Evitar alimentos hiperpalatáveis no dia a dia.

✅ Criar novas fontes de prazer que não envolvam comida.

✅ Manter uma alimentação equilibrada, sem restrições extremas.

obesidade é uma doença real, e o primeiro passo para vencê-la é entender o que está acontecendo com seu corpo e sua mente.