Cuidados no Treino com Acrômio Tipo 2
Hoje vamos falar sobre um tema importante para quem treina e quer manter a saúde dos ombros: o acrômio tipo 2 e quais os cuidados essenciais para evitar lesões.
Antes de tudo, é importante entender o que é o acrômio. Ele é um osso localizado na parte superior da escápula, que se conecta à clavícula e forma parte da articulação do ombro. Dependendo do formato desse osso, pode haver um risco maior ou menor de impacto e compressão dos tendões, principalmente do manguito rotador.
A classificação do acrômio foi feita por Bigliani, que descreveu três tipos: Tipo 1 – Acrômio reto (mais favorável, pois oferece mais espaço para os tendões passarem). Tipo 2 – Acrômio curvo (já apresenta um certo grau de inclinação, o que pode levar a impacto). Tipo 3 – Acrômio ganchoso (esse é o pior cenário, pois comprime bastante os tendões, aumentando o risco de lesão).
No caso do acrômio tipo 2, temos um formato intermediário que, embora não seja tão agressivo quanto o tipo 3, ainda pode gerar impacto em alguns movimentos. Isso acontece porque, quando você eleva o braço, o espaço entre o acrômio e os tendões do manguito rotador diminui, favorecendo atrito e inflamação, principalmente se houver sobrecarga excessiva ou execução incorreta dos exercícios.
Sintomas de Alerta
Se você tem acrômio tipo 2 e começa a sentir dor no ombro, principalmente:
✔ Durante ou após o treino.
✔ Ao deitar sobre o ombro afetado.
✔ Dor que piora à noite.
✔ Sensação de fraqueza ou instabilidade no ombro.
Isso pode indicar que seu treino está causando impacto excessivo, podendo levar a problemas mais sérios, como tendinite do manguito rotador, bursite subacromial ou até mesmo ruptura parcial de tendões ao longo do tempo.
Cuidados Essenciais no Treino
Agora que você entendeu o que é o acrômio tipo 2 e os riscos, vamos falar sobre como ajustar seu treino para evitar problemas.
Evite Movimentos que Geram Muito Impacto no Ombro
Exercícios como remada alta e desenvolvimento por trás da nuca são grandes vilões para quem tem esse tipo de acrômio. Isso porque eles forçam o ombro a um grau de rotação onde há mais compressão dos tendões. O ideal é limitar a amplitude e evitar ultrapassar a linha do ombro.
Ajuste a Amplitude dos Exercícios
Em movimentos como elevação lateral e frontal, o ideal é não ultrapassar a linha dos ombros, pois isso reduz o impacto no manguito rotador. Subir acima desse ponto pode levar a maior compressão da articulação.
Cuidado com a Remada Alta
A remada alta, quando feita com pegada muito fechada e com cotovelos muito elevados, pode aumentar a compressão no espaço subacromial. Se for fazer esse exercício, utilize pegada mais aberta e não eleve os cotovelos acima da linha dos ombros.
Atenção ao Desenvolvimento
O desenvolvimento por trás da nuca gera muito estresse na articulação e deve ser substituído pelo desenvolvimento pela frente. Além disso, fazer o movimento dentro da amplitude segura evita sobrecarga.
Fortaleça o Manguito Rotador
Exercícios específicos para fortalecer o manguito rotador ajudam a estabilizar a articulação e minimizar o impacto do acrômio tipo 2. Movimentos como rotação externa com elástico e elevação escapular são ótimos para isso.
Aquecimento Antes do Treino
Antes de começar seu treino de membros superiores, faça um bom aquecimento, incluindo rotações de ombro, mobilidade escapular e ativações leves do manguito rotador. Isso ajuda a preparar a articulação e reduzir o risco de lesão.
Evite Cargas Excessivas
Treinar com muita carga e pouca estabilidade pode ser um problema para quem tem acrômio tipo 2. O ideal é priorizar a técnica e o controle do movimento, em vez de simplesmente aumentar os pesos.
E se Houver Dor?
Se mesmo com todos esses cuidados você começar a sentir dor persistente no ombro, não ignore! Pode ser um sinal de inflamação ou até de lesão nos tendões. Nesse caso:
- Reduza a carga e a intensidade dos treinos.
- Evite exercícios que aumentem a dor.
- Aplique gelo após o treino para reduzir inflamação.
- Procure um ortopedista ou fisioterapeuta se a dor persistir.
O acrômio tipo 2 não significa que você precisa parar de treinar, mas sim que deve ajustar sua rotina para evitar impactos desnecessários. Com algumas mudanças simples nos exercícios e na técnica, é totalmente possível continuar evoluindo nos treinos sem colocar em risco a saúde dos seus ombros.
Se você sente dores no ombro ou tem dúvidas sobre sua execução, sempre vale a pena consultar um profissional para avaliar a melhor abordagem para o seu caso!