Hoje vamos falar sobre algo que mexe com o coração (e o estômago) de muita gente: o bom e velho churrasco. Quem não gosta de uma carne vermelha suculenta? Mas, calma aí, será que o churrasco, especialmente a carne vermelha, é tão inofensivo quanto parece? É disso que vamos falar: carne vermelha e câncer.
Hoje vamos compartilhar informações de estudos científicos recentes sobre o consumo de carne vermelha e seus impactos na saúde.
Primeiro, o que faz a carne vermelha ser vermelha?
É uma proteína chamada mioglobina, que dá essa cor característica à carne crua e fica marrom ao ser cozida. A carne vermelha também possui mais ferro, gordura saturada e vitamina B12 do que a carne branca, como a de frango ou peixe. E aí entra o ponto: a alta concentração de ferro e gordura saturada na carne vermelha está associada ao aumento de estresse oxidativo no corpo, o que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças, como o câncer e problemas cardiovasculares.
Os estudos indicam que tanto humanos quanto animais que consomem grandes quantidades de carne vermelha têm níveis mais altos de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1). O IGF-1 é um hormônio que promove o crescimento celular, mas o excesso dele, em combinação com o aumento de ferro e gordura saturada, pode criar um ambiente propício ao surgimento de células cancerígenas. Em particular, o consumo de carne vermelha está fortemente associado ao câncer colorretal.
Mas, e o churrasco em si?
Quando grelhamos a carne até ela ficar com aquela crosta preta, formamos compostos chamados aminas heterocíclicas (AHs). Essas AHs são substâncias que aumentam os níveis de estresse oxidativo no corpo e têm sido associadas a um risco maior de câncer, ou seja, quanto mais queimada a carne, maior a chance de ingerir essas substâncias que podem ser prejudiciais à saúde.
Então, como equilibrar o consumo de carne vermelha sem comprometer a saúde?
Se o seu foco é estética e você quer hipertrofia, duas ou três refeições diárias com carne vermelha podem ser aceitáveis. Mas se o seu objetivo é longevidade, o ideal seria reduzir o consumo para uma vez por semana. Isso não significa cortar totalmente a carne vermelha da sua dieta, mas fazer escolhas mais conscientes, priorizando proteínas de fontes vegetais, como leguminosas, grãos e proteínas vegetais como a soja e a ervilha.
Agora, sobre a longevidade
Vários estudos mostram que pessoas que consomem menos carne vermelha e mais proteínas vegetais tendem a viver mais. Porém, não é só a carne vermelha que conta nessa equação. Fatores como genética, ambiente, níveis de estresse e sorte também influenciam. A pessoa que quer viver 100 anos precisa adotar uma abordagem mais holística. Isso inclui manter um estilo de vida ativo, com exercícios físicos regulares, uma alimentação balanceada, evitar alimentos processados, manter um baixo percentual de gordura corporal, e, claro, moderar o consumo de carne vermelha.
Dá para viver bem comendo carne vermelha, desde que o consumo seja moderado e aliado a outros hábitos saudáveis. É importante lembrar que não é apenas a dieta que vai determinar sua longevidade. Exercícios físicos, hidratação, sono adequado e evitar o fumo e o álcool são igualmente, se não mais, importantes.
Além disso, se você quer viver muitos anos com saúde, precisa ficar atento ao que entra no seu corpo. Alimentos processados e aditivos químicos também têm sido associados a um risco maior de doenças, inclusive câncer. Por isso, tente evitar esses alimentos ao máximo e opte por uma alimentação mais natural e rica em nutrientes.