Quais são as reais ações do SARMS? Efeitos esperados, efeitos rebotes, efeitos colaterais. SARMS, será que vale o investimento? Até onde o SARMS pode progredir o seu físico? Até onde os efeitos que dizem por aí realmente são verdadeiros ou são meramente mitos? Hoje, nós vamos esclarecer o básico, mas o suficiente para vocês terem um bom conhecimento sobre SARMS.
O que é SARMs?
São moduladores seletivos de receptores androgênicos, que, ao se ligarem aos receptores, desencadeiam efeitos de síntese proteica e hipertrofia, semelhantes aos da testosterona, mas com a vantagem de serem seletivos, ou seja, a ideia é que eles atuem apenas no tecido muscular, sem afetar a próstata, fígado ou coração, por exemplo.
É importante diferenciar SARMs de SERMs (moduladores seletivos de receptores estrogênicos).
Um exemplo de SERM é o tamoxifeno, que se liga ao receptor de estradiol, inibindo sua ação, mas sem desenvolver uma ação estrogênica. SARMs, por sua vez, se ligam aos receptores androgênicos, simulando a ação da testosterona no músculo.
Mas o que realmente muda com o uso de SARMs, em comparação com a testosterona natural ou exógena?
Em indivíduos que não fazem uso de hormônios, SARMs podem gerar hipertrofia leve, mas nada comparável aos esteroides anabolizantes. O efeito é pequeno, porém, ao contrário dos esteroides, SARMs não inibem a produção natural de testosterona, pois não são hormônios, mas moléculas que se ligam aos mesmos receptores.
Muitos utilizam SARMs durante a terapia pós-ciclo (TPC), quando a produção natural de testosterona está baixa. Nesse período, os SARMs ajudam a minimizar a perda de massa magra, estimulando anabolismo leve enquanto o corpo recupera sua produção hormonal. Apesar de SARMs simularem a testosterona nos receptores musculares, o efeito é muito menos significativo que o dos hormônios exógenos.
Estudos indicam que o uso de ostarine, por exemplo, pode gerar cerca de 3 libras (1,3 kg) de ganho de massa magra e uma pequena redução de gordura em 12 semanas, mas é um resultado relativamente modesto. Vale a pena destacar que SARMs não têm o mesmo impacto de esteroides anabolizantes.
Para indivíduos que já utilizam hormônios, a utilização de SARMs não faz muito sentido. Isso porque, se você já está usando moléculas anabólicas poderosas como trembolona ou nandrolona, essas substâncias já estão competindo pelos receptores androgênicos.
SARMs, que são muito mais fracos, estariam “ocupando” receptores que poderiam estar sendo usados por hormônios mais potentes, desperdiçando seu potencial.
Porém, SARMs podem ser interessantes para mulheres, já que não causam os mesmos efeitos virilizantes (como acne, queda de cabelo, ou alteração de voz) quando utilizados em baixas doses.
Com relação à relação de anabolismo e androgenicidade, existem SARMs com uma taxa de 91 para 1, o que significa que são 91 vezes mais anabólicos do que androgênicos. Esse perfil faz com que os SARMs sejam uma boa opção para mulheres que buscam manter a massa muscular sem os efeitos colaterais dos esteroides.
Vale lembrar que o termo SARMs muitas vezes é utilizado de forma genérica para diversas moléculas, inclusive aquelas que não atuam diretamente nos receptores androgênicos, mas que ainda assim são colocadas no mesmo “grupo”.
Um exemplo é o MK-677, que não atua no receptor androgênico, mas sim na liberação de GH (hormônio de crescimento). Por ser oral e ter uma meia-vida longa, o MK-677 é bastante prático em comparação com outros peptídeos que exigem aplicações frequentes.
Embora SARMs ofereçam certos benefícios, é importante ter expectativas realistas. Os resultados não são comparáveis aos dos esteroides anabolizantes ou peptídeos.
Nos Estados Unidos, onde são legais e acessíveis, SARMs são populares por causa do baixo custo. No Brasil, porém, o preço pode ser significativamente mais alto, o que leva muitos a investirem grandes quantias para obter resultados modestos.