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Treinar com altas cargas vai fazer você crescer

Treinar com Altas Cargas vai fazer você Crescer?

Hoje quero falar de um atleta que todos nós admiramos: o Ninja. Ele é um exemplo de força, carisma e determinação, mas também traz lições importantes sobre a diferença entre ser forte e ser musculoso, algo que muitos confundem.

O Ninja é um atleta excepcional. Ele não é apenas forte; ele é muito forte. Estamos falando de alguém que faz agachamento com 300 kg, remada curvada com 100 kg de cada lado e até supino com halteres de 80 kg cada. Isso é força bruta, mas também é o resultado de anos de dedicação e trabalho duro.

Porém, aqui está o ponto: apesar dessa força toda, o Ninja não é o atleta mais musculoso. Isso é algo que às vezes confunde as pessoas, porque muitos acham que força e musculatura andam sempre de mãos dadas. Mas a realidade é mais complexa do que isso.

Força e Musculatura: Qual a Diferença?

Essa diferença entre força e musculatura é o que divide dois mundos: o do fisiculturismo e o do powerlifting.

  • O fisiculturista é o atleta que desenvolve o músculo como objetivo principal, e a força acaba sendo um efeito colateral desse processo.
  • Já o powerlifter é o oposto: ele desenvolve a força como foco principal, e o músculo vem como um efeito secundário.

Essa distinção é fundamental para entender por que o Ninja, apesar de sua força impressionante, não tem o mesmo volume muscular que outros atletas. Isso não é uma falha, mas sim o resultado da especificidade do treinamento.

O Princípio da Especificidade

No mundo do esporte, existe uma regra básica chamada princípio da especificidade. Ele diz que o corpo humano se adapta ao tipo específico de estímulo que recebe. Se o objetivo é levantar o máximo de peso, como no powerlifting, o corpo vai se adaptar para ser eficiente nisso, sem necessariamente construir o máximo de massa muscular.

Por outro lado, se o objetivo é maximizar o volume muscular, como no fisiculturismo, o treinamento será diferente, priorizando técnicas que aumentam o tempo sob tensão, a fadiga muscular e o recrutamento de fibras específicas.

Se fosse tão simples quanto “mais força = mais músculos”, então todos os atletas de levantamento de peso olímpico teriam corpos iguais ao do Big Ramy. Mas não é assim que funciona.

Um Experimento Hipotético

Imagine o seguinte cenário: você pega um campeão de levantamento de peso olímpico e, num experimento maluco, dá a ele a musculatura do Big Ramy por um dia. Será que ele conseguiria levantar os mesmos pesos? A resposta é: provavelmente, não.

Isso porque não basta ter músculos grandes; é preciso treinar o sistema nervoso, a coordenação, os padrões de movimento e até a resistência dos tecidos para lidar com cargas extremas. Músculo grande não significa automaticamente músculo funcional para todos os tipos de tarefa.
Voltando ao Ninja, ele é um atleta que exemplifica perfeitamente o poder do treinamento específico. Ele é incrivelmente forte, mas essa força foi construída de forma técnica, com o foco em movimentos eficientes para levantar o máximo de peso possível.

Quando você vê o Ninja treinando, percebe que ele não tem medo de cargas pesadas. Ele encara desafios que assustariam a maioria, e faz isso com uma determinação inspiradora. Mas, como qualquer atleta, ele também enfrenta limitações, principalmente quando falamos de adaptar seu físico para outro estilo de treinamento, como o fisiculturismo.

Mudança de Estilo de Treino

Uma coisa interessante que vale mencionar é como o corpo reage a mudanças no estilo de treino. Quando você muda seu foco, por exemplo, de força para resistência ou hipertrofia, o desempenho pode piorar antes de melhorar. Isso porque o corpo precisa se adaptar ao novo estímulo, o que leva tempo.

No caso do Ninja, se ele decidisse fazer um treino com séries de 25 repetições, provavelmente enfrentaria dificuldades inicialmente. Isso não significa que ele seja incapaz, mas sim que seu corpo está otimizado para outro tipo de trabalho. Essa transição é desafiadora e, muitas vezes, as pessoas desistem antes de ver os resultados, retornando ao estilo de treino original.

A Importância do Contexto e da Motivação

No final das contas, cada atleta tem suas preferências e objetivos. Para o Ninja, o que importa é ser forte e se sentir bem com isso. Ele gosta de treinar pesado, de desafiar seus limites, e isso é o que mantém sua paixão pelo esporte viva.

Esse é um ponto que todos nós podemos aprender. Não importa se você treina para força, hipertrofia ou resistência; o mais importante é encontrar um estilo de treino que te motive e te faça querer continuar.

O Ninja é um exemplo de que força e musculatura nem sempre andam juntas. Ele nos lembra que o treinamento é uma jornada única, guiada pelos objetivos individuais de cada um.

Seja você um fisiculturista, um powerlifter ou apenas alguém que gosta de treinar, o importante é entender que o corpo responde ao que você dá a ele. Treine de forma consistente, respeite seus limites e celebre suas conquistas grandes ou pequenas.