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Café e cápsula de cafeína são iguais?

Café e cápsula de cafeína são iguais?

A cafeína, também chamada de 1,3,7-trimetilxantina, é um alcaloide simpaticomimético, ou seja, uma substância que estimula o sistema nervoso e prepara o corpo para um estado de alerta, de luta ou fuga. Esse nome complicado é só para impressionar mesmo, porque no final das contas, o que importa é entender como ela funciona e as diferenças práticas entre o consumo via cápsula ou café.

Cafeína: A substância em comum

Quimicamente falando, a cafeína presente na cápsula e no café é exatamente a mesma. A cadeia molecular é idêntica, então os efeitos principais, como aumento da disposição, estímulo termogênico (geração de calor e gasto calórico), e até a redução do apetite, estão garantidos independentemente da fonte.

No entanto, a forma de ingestão pode alterar a forma como o organismo absorve e processa essa substância, o que resulta em diferenças sutis, mas que podem ser relevantes dependendo do contexto.

Diferenças na absorção

Quando você toma uma xícara de café, o líquido passa pelo esôfago e chega ao estômago, onde começa a ser absorvido pelas paredes do órgão. Contudo, nem todo o líquido entra em contato imediato com essas paredes. Pense em uma camada de água: apenas a superfície que toca o estômago será absorvida de forma imediata, enquanto o restante será processado gradualmente.

Já no caso de uma cápsula de cafeína, o pó compactado no interior da cápsula é liberado de uma vez assim que ela se dissolve no estômago. Isso resulta em um pico plasmático mais intenso e rápido da cafeína no sangue, já que ela entra em contato com as paredes estomacais de forma concentrada e direta.

Fazendo uma analogia: para consumir 210 mg de cafeína por meio de café coado, você precisaria ingerir algo como 350 a 400 ml de café, dependendo da concentração que preparou. Esse volume será absorvido de forma gradual, diluído ao longo do tempo. Com uma cápsula, esses mesmos 210 mg de cafeína são liberados quase que instantaneamente, sem a diluição proporcionada pelo líquido.

Quando usar cada um

A resposta é: depende do seu objetivo e da situação.

  • Se você busca um pico de energia mais rápido e intenso, como para melhorar o desempenho em um treino ou para lidar com um momento de fadiga extrema, a cápsula pode ser mais eficiente.
  • Por exemplo, uma cápsula de dose menor pode oferecer um estímulo intenso sem que você precise aumentar o volume de cafeína consumida, o que pode ser interessante para quem tem sensibilidade à substância ou quer evitar o consumo excessivo.

Por outro lado, o café oferece uma experiência mais gradual e até prazerosa. Não podemos esquecer que muitos de nós bebemos café não apenas pelo efeito estimulante, mas também pelo gosto, pelo ritual envolvido no preparo e consumo.

  • Se você está em um dia mais tranquilo e prefere uma dose mais moderada e prolongada de energia, o café é uma excelente escolha.

Outras considerações

Há também questões práticas e de preferência pessoal.

  • Algumas pessoas simplesmente não gostam do gosto do café, enquanto outras podem evitar o consumo devido a tratamentos odontológicos, como clareamento dental, que restringem alimentos que mancham os dentes. Nesses casos, a cápsula é uma ótima alternativa.
  • Da mesma forma, a cápsula pode ser útil em dias mais corridos, quando não há tempo ou disposição para preparar um café fresco. Ela é prática e oferece um efeito consistente.

Agora, é importante destacar que essa diferença na forma de absorção e no impacto plasmático da cafeína não é algo que vai mudar sua vida ou seu desempenho de forma drástica.

Em resumo

A cafeína é a mesma, independentemente de estar no café ou na cápsula. A diferença está na forma de absorção e no impacto que isso tem no seu organismo. Cabe a você entender o que funciona melhor para suas necessidades e ajustar conforme seu objetivo.

Seja qual for sua escolha, o mais importante é entender como o seu corpo responde à cafeína e usá-la de forma consciente e estratégica.