Hoje vamos falar de um dos suplementos mais pedidos por vocês: a Glutamina.
O que é a Glutamina?
A Glutamina é um aminoácido livre que aparece em grande quantidade no tecido muscular, ou seja, no nosso músculo esquelético. Mas olha só: ela é considerada um aminoácido não essencial. E o que isso significa? Que o nosso próprio corpo consegue produzi-la! Sim, ela é fabricada a partir de outros aminoácidos, como o ácido glutâmico, isoleucina e valina.
No entanto, alguns estudos sugerem que a Glutamina poderia ser considerada parcialmente essencial em certos casos. Por quê? Porque mesmo sendo produzida pelo nosso organismo, consumir uma quantidade extra pode trazer alguns benefícios bem interessantes.
Como a Glutamina é absorvida pelo corpo?
Quando você ingere Glutamina de forma oral, ou seja, pela via enteral, seja por sonda ou direto na boca, ela precisa passar pelo trato gastrointestinal antes de ir para qualquer outro lugar. Isso já dá uma pista importante: ela vai ser utilizada por órgãos prioritários, como os rins e as células do sistema imunológico.
E, claro, se o seu fígado estiver com pouca glicose ou glicogênio, ele também pode usar a Glutamina como fonte de energia. Isso significa que, na prática, quase nada da Glutamina ingerida chega ao músculo.
Glutamina e ganho de massa muscular: mito ou verdade?
Se você está pensando que tomar Glutamina vai ajudar diretamente no ganho de massa muscular ou na redução do catabolismo, sinto informar que não é bem assim.
É verdade que ela tem um papel no estímulo do hormônio do crescimento (GH), na redução do catabolismo e até na melhora da massa muscular. Mas, na prática, esses efeitos são muito limitados. Você toma 20g de Glutamina, mas só uma pequena fração chega à corrente sanguínea. E quanto disso chega ao músculo? Quase nada.
Alternativas mais eficazes para o ganho de massa muscular
Se o objetivo é recuperar ou melhorar o músculo, invista numa proteína completa. Frango, peixe, carne, ovos… Ou, se for o caso, uma boa proteína em pó. Isso vai ser muito mais eficiente.
“Ah, mas eu quero diminuir o catabolismo!” Beleza, mas nesse caso, tem um caminho mais direto: carboidratos. Simples assim. O carboidrato ativa a insulina, reduz o glucagon e, com isso, diminui a degradação proteica. Muito mais eficaz do que tomar Glutamina pensando em preservar a massa muscular.
Benefícios da Glutamina para o sistema imunológico e intestinal
Agora, será que a Glutamina é completamente inútil? De jeito nenhum! A grande função dela está no sistema imunológico. Quando ingerida, ela é uma fonte de energia para as células do sistema imunológico e gastrointestinal.
Casos em que a Glutamina pode fazer diferença
Em situações específicas, como quadros patológicos ou baixa imunidade, a suplementação pode fazer diferença. Por exemplo, em casos de disbiose intestinal, quando o equilíbrio entre bactérias boas e ruins no intestino está comprometido, a Glutamina pode ajudar. Ela diminui a translocação bacteriana e contribui para a reparação da mucosa intestinal. Isso melhora a absorção de nutrientes e ajuda o corpo a se recuperar.
Quando a suplementação de Glutamina não é necessária
Para quem tem um sistema imunológico saudável e já consome vitamina C e vitamina D em boas quantidades, a suplementação de Glutamina provavelmente não vai fazer diferença. Quer aumentar sua imunidade de forma mais prática? Foque em alimentos ricos em nutrientes e, se necessário, complemente com ácido ascórbico (vitamina C) e calciferol (vitamina D), que são bem mais eficazes.
Então…vale a pena tomar Glutamina?
Para resumir: vale a pena tomar Glutamina? Depende.
- Se você tem alguma condição de saúde específica, como imunidade baixa ou problemas intestinais, ela pode ser uma aliada.
- Agora, se você está pensando em tomar para ganhar massa muscular ou melhorar a performance no treino, saiba que não vai ter o efeito que muita gente promete. Nesse caso, invista em proteína de qualidade e carboidratos, que vão trazer resultados mais consistentes.