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PAREI DE PERDER PESO MESMO COM DEFICIT CALÓRICO CORRETO

Parei de Perder Peso Mesmo com Deficit Calórico Correto

Primeiros passos: Confirme seus hormônios

A primeira coisa que eu preciso mencionar é verificar se seus hormônios estão em dia. Problemas como alterações na tireoide, testosterona baixa ou prolactina elevada podem impactar seu metabolismo. No entanto, 99% das pessoas que param de perder peso enquanto estão em déficit calórico não têm um problema hormonal significativo.

Esses desequilíbrios geralmente vêm acompanhados de outros sintomas, como fadiga extrema ou alterações bruscas no humor, que levariam você a procurar um médico. Então, sim, é importante fazer exames para controle, mas essa não costuma ser a causa principal.
Agora, vamos ao que realmente está travando o seu progresso.

A matemática não é tão simples quanto parece

Você está seguindo uma dieta hipocalórica, fez os cálculos direitinho, ajustou tudo, mas não está vendo resultados. Parece que o peso travou. O que está acontecendo?

Quando você calcula seu gasto calórico usando uma fórmula, como a de Harris-Benedict, ela dá um ponto de partida. Vamos supor que ela indicou que você gasta 2.500 calorias por dia. Você reduz 500 calorias e passa a consumir 2.000 calorias diárias. Em teoria, isso deveria resultar em perda de peso, certo? Na prática, não é tão simples.

Por quê? Porque a biologia é muito mais complexa que a matemática. Essas fórmulas não levam em conta variáveis individuais, como seus níveis de testosterona, quantas horas você dorme, se subiu escadas em vez de pegar o elevador ou até detalhes sobre seu tipo de treino. É um cálculo macro, útil para começar, mas não é perfeito.

Se você não está perdendo peso, mesmo consumindo as calorias que teoricamente deveriam ser um déficit, a explicação é simples: você não está em déficit calórico de fato. Não importa o que a fórmula diz. Se o peso não está baixando, o consumo calórico está igual ao gasto energético.

O corpo é um sistema inteligente

Agora, vamos aprofundar. Quando você reduz suas calorias, o corpo percebe isso como uma ameaça. Ele entende que está “faltando comida” e, para garantir a sobrevivência, ativa mecanismos para economizar energia. O metabolismo desacelera.

Se antes você gastava 2.500 calorias, agora o corpo ajusta seu gasto para perto das 2.000 que você está ingerindo. Ele reduz funções que consomem energia: você pode sentir mais frio, ter menos disposição ou até dormir mais para economizar. É um mecanismo de sobrevivência, mas ele atrapalha nossos objetivos de emagrecimento.

Por isso, ao longo do tempo, o mesmo déficit calórico que funcionava antes pode deixar de gerar resultados.

Como quebrar a estagnação

Aqui está a parte prática. Se você parou de perder peso, mesmo em déficit, você tem algumas opções:

  1. Reduzir ainda mais as calorias
    Por exemplo, se você está consumindo 2.000 calorias e não está perdendo peso, experimente reduzir para 1.800. Monitore por uma semana. Se o peso voltar a cair, você encontrou seu novo déficit.
  2. Aumentar o gasto energético
    Inclua mais atividade física. Pode ser mais tempo de aeróbico, aumentar a intensidade do treino ou até adicionar uma caminhada extra no dia.
  3. Combinar as duas estratégias
    Reduza um pouco as calorias e aumente um pouco a atividade física. Essa abordagem muitas vezes é mais fácil de sustentar no longo prazo.
  4. Adotar estratégias avançadas
    Uma refeição livre controlada pode ser útil para “enganar” o corpo e acelerar o metabolismo, mas essa é uma estratégia que exige orientação para evitar exageros.

Entenda a dinâmica

O erro comum é achar que o déficit inicial vale para sempre. Ele não vale. Seu corpo muda constantemente, e o plano precisa ser ajustado. O que funcionou há três semanas pode não funcionar mais hoje. Isso é completamente normal.

Se você começou com um déficit e perdeu peso por algumas semanas, mas agora travou, é hora de recalibrar. A matemática da dieta é um ponto de partida, mas quem dá a palavra final é o seu corpo. Monitore os resultados, faça ajustes e siga em frente.